23 janeiro 2009

A malta é jovem ...e tal...

Hoje em dia, não é muito diferente do que há 30 anos atrás. Estou a falar da adolescência, sexo, droga e ... pais.
Estive hoje numa actividade com o nome de "
OS MEUS NÃO ME DÃO PROBLEMAS", na escola da minha filha mais velha, em que alguns elementos do grupo de Teatro "Holofote" teatralizaram algumas situações da vida actual, como a falta de comunicação entre pais e filhos, famílias desestruturadas e o seu quê de sexo, bebida, animosidade juvenil, enfim tudo o que nos lembremos que se passa em tantas famílias diariamente. Estiveram presentes alunos, pais e professores numa oportunidade para todos reflectirmos e dialogar sobre questões da adolescência.
E lembrei-me que com a idade deles também pensei e agi como eles, apenas não tínhamos a Internet, telemóveis e a TV (que naquela altura era bem discreta) para nos fornecer informação de drogas, sexo ou bebidas. Apesar do tabu todos sabíamos o que era certo ou errado fazer. Hoje apercebi-me que existe pessoas que acreditam que são mais modernos agora, porque dão essa informação aos filhos (com ajuda de uns livros e da net), mas ficam depois a rezar (pela pele) para que eles iniciem a vida sexual depois dos 30 anos e de preferência depois de casados e que se livrem de gostar de alguém do mesmo sexo.
É triste pensar que o crescimento destes jovens que comporta essa etapa da descoberta do corpo (dos outros), dos sentimentos, e da maturidade naturalmente, ainda com o estigma da vergonha, da falta de diálogo de proximidade com pais.
No caso da minha filha e até do meu filho sempre fui a primeira a abordar estes temas. Fui eu que comecei por oferecer preservativos a ele pelos 15 anos, e de igual modo faço agora com ela, levando-a à primeira consulta e a iniciar uma pílula (fraquinha de acordo com o médico) e pô-la à vontade para qualquer questão que ela tenha, e que existe enfermeiras e gabinetes próprios de esclarecimento para atendimento a jovens. Acho que ela deve estar preparada para estes passos, assim, quando for o momento dela, ela vai estar preparada física e psicologicamente. Num país em que se verifica uma das taxas mais elevadas de gravidez na adolescência e talvez do uso da pílula do dia seguinte como forma de prevenção por estas jovens, é valioso que os pais pensem nestes temas com outro olhar. Os jovens só com a informação, ou com os avisos dos perigos de determinados comportamentos não chegam para os evitar.
Elogio também o papel de séries como os "Morangos" que vão demonstrando aos jovens alguns desses comportamentos, e a forma como podem vir a lidar com eles. Está em foco agora na série por exemplo o problema da bebida, como esteve o da violação. Assistir, ajuda todos a reflectir...até os pais. E pode ser que depois, as conversas até se tornem mais fáceis.


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