Hoje em dia, não é muito diferente do que há 30 anos atrás. Estou a falar da adolescência, sexo, droga e ... pais.
Estive hoje numa actividade com o nome de "OS MEUS NÃO ME DÃO PROBLEMAS", na escola da minha filha mais velha, em que alguns elementos do grupo de Teatro "Holofote" teatralizaram algumas situações da vida actual, como a falta de comunicação entre pais e filhos, famílias desestruturadas e o seu quê de sexo, bebida, animosidade juvenil, enfim tudo o que nos lembremos que se passa em tantas famílias diariamente. Estiveram presentes alunos, pais e professores numa oportunidade para todos reflectirmos e dialogar sobre questões da adolescência.
E lembrei-me que com a idade deles também pensei e agi como eles, apenas não tínhamos a Internet, telemóveis e a TV (que naquela altura era bem discreta) para nos fornecer informação de drogas, sexo ou bebidas. Apesar do tabu todos sabíamos o que era certo ou errado fazer. Hoje apercebi-me que existe pessoas que acreditam que são mais modernos agora, porque dão essa informação aos filhos (com ajuda de uns livros e da net), mas ficam depois a rezar (pela pele) para que eles iniciem a vida sexual depois dos 30 anos e de preferência depois de casados e que se livrem de gostar de alguém do mesmo sexo.
É triste pensar que o crescimento destes jovens que comporta essa etapa da descoberta do corpo (dos outros), dos sentimentos, e da maturidade naturalmente, ainda com o estigma da vergonha, da falta de diálogo de proximidade com pais.
No caso da minha filha e até do meu filho sempre fui a primeira a abordar estes temas. Fui eu que comecei por oferecer preservativos a ele pelos 15 anos, e de igual modo faço agora com ela, levando-a à primeira consulta e a iniciar uma pílula (fraquinha de acordo com o médico) e pô-la à vontade para qualquer questão que ela tenha, e que existe enfermeiras e gabinetes próprios de esclarecimento para atendimento a jovens. Acho que ela deve estar preparada para estes passos, assim, quando for o momento dela, ela vai estar preparada física e psicologicamente. Num país em que se verifica uma das taxas mais elevadas de gravidez na adolescência e talvez do uso da pílula do dia seguinte como forma de prevenção por estas jovens, é valioso que os pais pensem nestes temas com outro olhar. Os jovens só com a informação, ou com os avisos dos perigos de determinados comportamentos não chegam para os evitar.
Elogio também o papel de séries como os "Morangos" que vão demonstrando aos jovens alguns desses comportamentos, e a forma como podem vir a lidar com eles. Está em foco agora na série por exemplo o problema da bebida, como esteve o da violação. Assistir, ajuda todos a reflectir...até os pais. E pode ser que depois, as conversas até se tornem mais fáceis.
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