11 dezembro 2009

A vida, como um Kinder

Hoje quando saí do serviço fui buscar a piquena à escola e como de costume, me pediu um ovo Kinder. Como estava sem paciência para Modelos e companhia (a cena dos brinquedos é coisa, para uma horinha a desesperar) passei no café da rua onde moro e pela centésima vez, perguntei se tinha ovos Kinder, o que não havia ainda... e a piquena lá se deixou cativar por uns Malteser´s. Enfim com esta treta toda, acabei por beber um cafezinho e reparei que por acaso que as "senhoras" aqui da rua, não sei se pelo frio ou se por falta de conversa, não se encontravam no café. É das coisas que me faz confusão, ver senhoras desde os seus 45 aos 80 e muitos, com tanto tempo livre, a dar à lingua no corte e costura. Porque não se dedicarem mais a ajudar os outros, a estudarem, a fazer turismo sénior, eu sei lá. Há um mundo maior para além desta rua. Mas acho que só deve ser dia grande, quando se vai ao sr. dotôri ou à praça comprar umas couves para a sopinha.
Sei que não é assim na generalidade, conheço algumas pessoas já na reforma que participam activamente seja na ajuda aos outros (banco alimentar, voluntários em hospitais, etc), seja a cantar num coro, a participar em peças de teatro, ou a tirar um curso de informática. Fazem ginástica, desde a simples caminhada diária, seja num vivafit da esquina.
Fazem turismo sénior, participam em excursões de um dia ao fim de semana, para ir arejar, cantar, fazer novos amigos.
Isto é que acho saudável, para eles e para nós, que também ganhamos com esta vitalidade duns pais, avós, mais prá frentex, que querem viver alegres, divertidos, com uma preocupação de qualidade de vida e gozando-a em pleno.
Por isso não entendo a malta dos cafés, dos que se sentam no banco do jardim, ou à frente do televisor a ver a Fátima Lopes.
Eu não quero ser assim, disso tenho a certeza. Pois tal como um ovo Kinder, a vida é uma surpresa, e é tão boa para ser saboreada por dentro e por fora.

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