18 novembro 2008

Em conversa com amigos temos debatido a insegurança que grassa no país. Para mim esta se deve à total falta de valores quer seja da geração mais nova ou não. A honestidade, o respeito, a confiança, a paciência, a lealdade, o amor, a empatia e a misericórdia são alguns que estão em deficit na actual sociedade. Com o Natal aí a chegar, sendo uma das épocas mais hipócritas, em que se fala tanto no amor, na ajuda e na família e se ignora depois tanta miséria e tanta desunião.

Li este trecho do livro de Barack Obama "A Audacidade da esperança" em que fala da Empatia, de uma forma tão sincera, frontal e verdadeira. Deixo a reflexão sobre as palavras deste novíssimo presidente dos E.U.A. no ar, mas por mim temos Homem de grande valor e princípios. Apesar que a politica passa muitas vezes ao lado disso quase desdenhando.



"A EMPATIA, é algo que mais valorizo nas pessoas à medida que envelheço. Essa é a base do código moral, que entendo como Regra de Ouro - não simplesmente como maneira de atrair caridade ou simpatia, mas como algo importante; conseguir se colocar no lugar de alguém e ver através dos seus olhos.
Assim como a maioria dos meus valores, aprendi o que é ter empatia com a minha mãe. Ela desdenhava qualquer tipo de crueldade, insensibilidade ou abuso de poder, fosse na forma de preconceito racial, provocações de colegas mais fracos na escola ou subordinados. Sempre que percebia a insinuação de um desses comportamentos em mim, ela me olhava nos olhos e perguntava: Como você acha que se sentiria? (...)
Não há nada de tão extraordinário num despertar desses; de um jeito ou de outro, é algo que precisamos enfrentar para amadurecer. E me vi voltando repetidamente ao princípio simples de minha mãe – ''Como você acha que se sentiria? ‘‘ - Como linha mestra para a minha carreira política.
Essa não é uma pergunta que fazemos a nós mesmos com muita frequência; parecemos sofrer, como nação, de um deficit empático. Não toleraríamos escolas que não ensinam, por falta crónica de recursos financeiros, pessoal e inspiração, se pensássemos que as crianças que estudam nelas são como os nossos filhos. (...) Acredito que um senso de empatia mais forte poderia equilibrar a balança da nossa política em favor daqueles que lutam nessa sociedade. Afinal de contas, se eles são como nós, suas lutas também são nossas. Se deixarmos de ajudá-los, nos diminuímos. (...) É disso que trata a empatia - ela nos chama a todos para a acção; conservadores e liberais, poderosos e impotentes, oprimidos e opressores. Baixamos a cortina da nossa complacência. Somos forçados a ver além da nossa visão comum. Ninguém é eximido da busca pelo consenso. Mas no final das contas o senso de compreensão mútua não é o bastante. Afinal, falar é fácil; e como qualquer valor a empatia deve ser trabalhada. Quando eu era organizador comunitário na década de 80, frequentemente desafiava os líderes comunitários indagando onde empregavam tempo, energia e dinheiro. Esses são os verdadeiros testes das coisas que valorizamos, eu dizia, independentemente do que gostamos de dizer a nós mesmos.
(...)
Se não estivermos dispostos a pagar um preço por nossos valores, a fazer sacrifícios para realizá-los, devemos nos perguntar se realmente acreditamos neles.
Qualquer outro curso de acção implica renunciar ao melhor que temos em nós."

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